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COMO PODEMOS TORNAR A AVALIAÇÃO EFICAZ NO DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES DE AUTORREGULAÇÃO DOS ESTUDANTES?
Desenvolver avaliações centradas no estudante
Como desenvolver as nossas avaliações de forma a que sejam eficazes para os estudantes e melhorem o seu envolvimento e a sua aprendizagem.
O que precisa de mudar nas nossas avaliações?
Para se desenvolverem e melhorarem, os estudantes precisam de ser capazes de avaliar o seu progresso com precisão e identificar áreas onde necessitam de melhorar. A avaliação deverá integrar este processo de desenvolvimento, de forma a constituir uma dimensão contínua da experiência de aprendizagem, e não apenas um teste de conhecimento e compreensão. Por outras palavras, a avaliação COMO aprendizagem, e não a avaliação DA aprendizagem.
Então, o que estamos a fazer de errado?
No seu artigo de 2016, Waring e Evans sugerem que precisamos de considerar "Como os estudantes podem apropriar-se dos seus programas em conjunto com os professores, e ver-se como agentes ativos do processo de feedback na avaliação,
em vez de verem a avaliação como algo que é feito sobre eles". Portanto, o envolvimento dos alunos na
compreensão dos objetivos das suas avaliações e do
feedback sobre o seu trabalho será melhor conseguido se os envolvermos ativamente no desenho e desenvolvimento dessas avaliações e nos processos de
feedback. Implicar os estudantes na apreciação da clareza das explicações sobre a avaliação, na determinação da clareza dos objetivos dessa avaliação, ou na identificação das suas necessidades de
feedback, são exemplos de formas simples, mas poderosas, de envolver os estudantes.
Por que devemos envolver os estudantes no desenho da avaliação?
Ao envolver os estudantes no desenho de uma prática de avaliação, é possível ajudá-los a compreender melhor os seus objetivos e finalidades. O desenho colaborativo da avaliação também capacita os estudantes a tornar a avaliação relevante face às suas necessidades e a esclarecer as instruções que devem seguir. Ao trabalhar com os estudantes, podemos chegar a um
entendimento partilhado da linguagem, orientações e critérios usados numa dada avaliação. Uma ferramenta útil para nos apoiar neste processo é a
EAT Framework, desenvolvida pela Professora Carol Evans.
O que é a
EAT Framework e como pode ajudar?
EAT ("Equidade, Agência e Transparência") é um referencial para uma avaliação integrada que resume todas as decisões-chave que precisamos de tomar no desenvolvimento das nossas práticas de avaliação (para obter mais informações, ver:
https://www.eatframework.com). Baseia-se numa revisão sistemática de mais de 50.000 artigos de investigação sobre avaliação, que identificam características de uma prática de avaliação eficaz. O referencial ajuda-nos a pensar sobre a natureza interrelacionada da avaliação e os fatores mais importantes a considerar no seu desenho e implementação.
A
EAT Framework é composta por três dimensões principais (cada uma das quais integra 4 subdimensões):
1)Literacia em Avaliação – ajuda-nos a criar avaliações que garantam que os estudantes e os docentes entendem os seus objetivos e finalidade, e o que cada avaliação requer que os estudantes façam.
2)
Feedback
na Avaliação – ajuda a destacar os principais aspetos que tornam o
feedback eficaz no apoio à aprendizagem dos estudantes.
3)
Design da Avaliação – ajuda-nos a pensar sobre como integrar adequadamente a avaliação na aprendizagem dos estudantes, e nos currículos, de modo a que se torne parte da 'viagem de aprendizagem' do estudante.
Qual o potencial benefício da
EAT Framework?
Este referencial constitui uma ferramenta com a qual podemos colaborar, enquanto estudantes e docentes, na compreensão de como as avaliações são percebidas por ambas as partes. Ajuda a iniciar conversas sobre o que precisa de ser mudado para melhorar as avaliações, tanto para os estudantes como para os docentes. Representa uma abordagem
baseada na investigação para desenvolver a competência de avaliação dos docentes e dos estudantes, como parte do desenvolvimento de competências de aprendizagem ao longo da vida. O referencial visa apoiar os estudantes no desenvolvimento de uma "aprendizagem autorregulada". Estudantes com capacidades de autorregulação conseguem controlar melhor o modo como pensam e processam informação (fatores 'cognitivos'), o modo como avaliam e monitorizam a sua aprendizagem (fatores 'metacognitivos') e as motivações e sentimentos que influenciam a sua abordagem à aprendizagem (fatores 'afetivos'). Ser capaz de regular estas áreas torna os estudantes mais eficazes e desenvolve as suas capacidades de aprendizagem ao longo da vida, após a universidade.
Que oportunidades de apoio existem?
Vários colegas da UMinho estão envolvidos num projeto Erasmus+ que propõe o uso da
EAT Framework para melhorar as práticas de avaliação nas universidades europeias. Existem 5 outros parceiros, na Espanha, Bélgica, Kosovo e Reino Unido. O projeto visa a formação de docentes e estudantes das instituições parceiras. A equipa da UMinho encontra-se presentemente a formar outros colegas para o uso deste referencial e expandir estas ideias nas suas disciplinas. Procuramos pessoas para usar a
EAT Framework nas suas unidades orgânicas e para nos contarem as suas experiências e o seu impacto nos estudantes e docentes. Envolva-se, contactando a equipa EAT da UMinho em:
sec-mjc@reitoria.uminho.pt
Autoria: Stephen Rutherford
Coordenação: Centro IDEA-UMinho
Edição: Flávia Vieira
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