O Padlet é uma ferramenta que permite criar murais virtuais nos quais é possível publicar diferentes tipos de recursos/conteúdos (por exemplo, textos, imagens, vídeos e áudios). Através destes murais interativos, os estudantes podem realizar os trabalhos em modo individual e colaborativo. Para além de disponibilizar diferentes layouts e modalidades de acesso (público ou privado), o mural pode ser enriquecido com conteúdos produzidos noutras ferramentas (por exemplo, de criação de podcasts, videocasts, questionários online, entre outras). O mural pode ser ainda incorporado na Blackboard ou noutro Learning Management System (LMS) e exportado em formato pdf no final de uma unidade curricular (UC), constituindo um e-portefólio do trabalho realizado.

#0 Primeiros passos 

Para criar um mural, é necessário aceder a https://padlet.com e registar-se utilizando uma conta de e-mail. 

#1 Funcionalidades do Padlet 

• Criação de 3 murais por utilizador na versão grátis; 

• Barra de ferramentas para personalização do mural (papel de parede, cor de fundo da publicação, estilo da fonte, url personalizado, etc.);

• Acesso ao mural por outros utilizadores:

• Várias opções de privacidade: privado (apenas para o autor e convidados por e-mail), protegido por senha, com link restrito (apenas para quem tem o link) ou público (o mural aparece na pesquisa efetuada na Internet). 

• Várias opções de partilha: os utilizadores podem ler (visualizar apenas as publicações), escrever (visualizar e adicionar publicações) ou editar (visualizar, adicionar e aprovar publicações, assim como convidar outros utilizadores). O administrador pode definir a aprovação das publicações e adicionar utilizadores (por convite via e-mail), cedendo-lhes permissão de administração. 

• No menu superior esquerdo do Padlet, poderá "curtir" ou clonar o mural bem como ativar outras funcionalidades (por exemplo, alterar a privacidade, o formato e os dados do mural) se tiver as devidas permissões.

• Após aceder ao menu com as opções de modificação do Padlet (ícone engrenagem), encontrará diversas opções de ações, desde compartilhamento a modificação dos dados e formato de seu Padlet.

• Após aceder ao menu Compartilhar (figura abaixo), poderá adicionar membros no seu Padlet (cada um com o tipo indicado de permissão), assim como alterar a privacidade de seu Padlet e as permissões que os visitantes terão (Pode ler; Pode Escrever; Pode editar).

No mesmo mural, não é possível ter simultaneamente ativas mais do que uma opção de privacidade e uma opção de partilha. Para poder combinar diferentes opções de privacidade e de partilha, é possível integrar murais (com permissão de edição) ou documentos editáveis (do tipo Google Docs) dentro de um mural apenas com permissão de leitura.

• Geração de código HTML para incorporação do mural noutras plataformas (Blackboard, Moodle, entre outras);

• Partilha do mural em redes sociais (Facebook ou Twitter);

• Exportação do mural em diversos formatos (imagem, PDF, CSV, Excel e impressão).

#2 Aplicações didáticas do Padlet 

• Criação de um espaço de agregação/disponibilização de materiais de apoio à UC;

• Publicação de recursos/conteúdos fornecidos pelo professor;

• Publicação de materiais mono ou multimodais (pdf, word, vídeo, mp3, entre outros) elaborados pelos estudantes, individualmente e/ou em grupo.

Os materiais podem ser carregados diretamente no Padlet ou inseridos na Google drive ou outro sistema de armazenamento cujo link pode ser incorporado numa publicação do mural. Esta segunda opção apresenta duas vantagens: para além de não sobrecarregar o mural, evita a saturação visual. 

• Criação de um espaço de trabalho colaborativo, através de processos de edição partilhada

• É possível escrever diretamente numa publicação do mural ou recorrer a ferramentas de escrita colaborativa (Framapad, MeetingWords, Etherpad, Google Docs, entre outros) para discussão e revisão de trabalhos intra e inter-grupos. A primeira opção é mais adequada para textos curtos e a segunda para textos mais longos.

O cenário de aprendizagem ativa e colaborativa é conseguido em murais virtuais, onde docentes e estudantes interagem de forma facilitada e transparente. Ao partilhar resultados (parciais e finais) no mural, os estudantes aprendem com as opiniões dadas aos grupos, desenvolvem espírito crítico (ao opinar sobre o trabalho dos colegas), aprendem sobre assuntos abordados por outros grupos (se o/a docente optar por uma pedagogia diferenciada), comparam o desempenho de um grupo com o de outros, e obtêm sugestões sobre como melhorar o(s) trabalho(s). 

• Criação de um espaço para feedback formativo e construtivo que contribui para autorregulação da aprendizagem

• Feedback qualitativo sobre os trabalhos publicados no mural, através de reações (likes) ou comentários tecidos pelo docente e/ou estudantes;

• Feedback quantitativo sobre os trabalhos publicados no mural, através de escalas de classificação disponibilizadas pela ferramenta (por exemplo, de 0 a 100 ou de 1 a 5 estrelas). Convém referir que só se pode ter um tipo de reação por mural, ou seja, se optarmos pelos likes, não podemos classificar de 0 a 100, por exemplo.

Este feedback, quando fornecido pelo/a docente,  regula e orienta a gestão da aprendizagem dos estudantes, permitindo-lhes identificar os seus progressos e dificuldades. Quando fornecido pelos/entre estudantes, permite envolvê-los ativamente no processo de avaliação das suas aprendizagens se este for suportado por rubricas que inventariam as dimensões a avaliar e a ponderação de cada uma (Allen & Tanner, 2006; Brookhart, 2013, entre outros). Importa fomentar uma cultura de avaliação colaborativa, com a criação de rubricas que favoreçam a avaliação pelos pares ou pelo próprio estudante em situação de autoavaliação. Idealmente, essas rubricas devem ser discutidas e/ou elaboradas com os estudantes, de modo a contribuir para uma melhoria da qualidade do feedback recebido. Este feedback deve servir para potenciar a aprendizagem e não ser um fim em si mesmo..

• Criação de um espaço para elaboração colaborativa de e-portefólios (diários de aprendizagem);

• Ao melhorar a co-construção de conhecimentos, o mural permite monitorizar remotamente o progresso dos grupos e intervir quando necessário. Estes murais permitem também que os alunos planeiem, monitorizem e reflitam sobre as aprendizagens realizadas (conteúdos abordados, atividades realizadas, feedback recebido e melhorias introduzidas). 

#3 Sugestão de organização do mural para a construção de um cenário de aprendizagem ativa

• Criar um mural com o layout ‘colunas’ para fomentar uma dinâmica de trabalho intra e inter-grupo, presencialmente e/ou a distância (cada coluna corresponde a um grupo). 

• Reservar a primeira coluna para a disponibilização do material de apoio à UC;

• Publicar, nessa primeira coluna, a calendarização das atividades a realizar, especificando os resultados de aprendizagem que os estudantes terão de atingir. É muito importante que os estudantes tenham uma visão holística do trabalho a desenvolver no início do semestre: quais os prazos a cumprir para a entrega de trabalhos, quais as modalidades de trabalho (se trabalho individual e/ou de grupo) e quais os critérios de avaliação. Importa apresentar este roteiro de aprendizagem como um contrato de trabalho que é discutido e aprovado pelos estudantes, por forma a responsabilizá-los de antemão pelo seu processo de aprendizagem; 

• Incorporar, nessa primeira coluna, uma pasta (criada na Google Drive, por exemplo) para fornecer o material necessário ao funcionamento da UC: fontes a consultar, link de questionários referentes a diferentes conteúdos programáticos, tutoriais de ferramentas digitais a mobilizar para a elaboração dos trabalhos (por exemplo, tutorial sobre a técnica de criação de infografias ou de mapas mentais ou conceituais); 

• Destinar as restantes colunas para os estudantes (uma coluna por estudante se o/a docente optar apenas por trabalhos individuais; uma coluna por grupo se o trabalho for cooperativo e/ou colaborativo); 

• Cada uma dessas colunas (designadas por exemplo por letras A, B, C, etc.) poderá conter igualmente uma pasta drive para publicação dos trabalhos dos alunos; 

• Para humanizar este espaço virtual de aprendizagem, cada estudante pode publicar a sua fotografia e um autorretrato, indicando, por exemplo, os três adjetivos que melhor o/a caracterizam. Esse autorretrato pode ainda ser complementado com uma gravação áudio, que pode ser feita diretamente no Padlet (em formato mp3 e com a duração máxima de 15 minutos). 

Importa referir que esta disposição por colunas (A, B, C, etc.) facilita a implementação do trabalho intra-grupo (caso haja, pelo menos, dois estudantes por coluna) e/ou inter-grupos (neste caso, os estudantes da coluna A podem colaborar com os estudantes da coluna B, os estudantes da coluna B com os estudantes da coluna C, e assim em diante). Essa colaboração pode ser ao nível da realização e da correção de trabalhos, bem como da avaliação de desempenho dos alunos (auto e/ou heteroavaliação). 

Apresentamos abaixo uma representação visual dessa proposta de organização do mural:

Ao apoiar estratégias pedagógicas centradas no aluno, estes murais virtuais permitem:

• Impulsionar o envolvimento ativo dos estudantes no processo de aprendizagem e a sua apropriação com recurso a ferramentas digitais;

• Promover novas formas de comunicação vertical (entre docente e estudantes) e horizontal (entre estudantes) em ambientes virtuais colaborativos;

• Melhorar a diversidade e a adequação dos formatos e abordagens de avaliação para  monitorizar o processo de aprendizagem e obter informação sobre o progresso dos estudantes.

Ao alterar o enfoque e o modo de construção dos conhecimentos, estes murais caracterizam-se por potenciar o trabalho individual do aluno na aquisição de conhecimentos teóricos fora da sala de aula (geralmente através do acesso a vídeos ou outro material preparado e/ou selecionado pelo professor), rentabilizando, deste modo, as aulas para a realização de atividades que visam a consolidação e/ou o aprofundamento dos conhecimentos, sob a supervisão do professor. Neste sentido, a construção de murais virtuais pode servir de palco à implementação de metodologias de aprendizagem ativa, como a aula invertida (Flipped Classroom), a aprendizagem baseada em grupos (Project-Based Learning, PBL e Team-Based Learning, TBL) e a aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning, PBL) ou desafios (Challenge-Based Learning, CBL), entre outras.

#4 Alguns recursos úteis:

Padlet

Como criar uma conta no Padlet, https://padlet.com/support/account_createaccount 

Como fazer login com a Google, https://padlet.com/support/account_googlelogin 

Para explorar layouts, https://padlet.com/support/padlet_layouts 

Como postar algo no Padlet, https://padlet.com/support/padlets_howtopost 

Como ativar a funcionalidade dos comentários, https://padlet.com/support/comments 

Como modificar o Padlet, https://padlet.com/support/padlets_modify 

Como funciona a privacidade do Padlet, https://padlet.com/support/padlets_privacy 

Como partilhar o Padlet, https://padlet.com/support/gettingstarted_share 

Como adicionar colaboradores, https://padlet.com/support/addcontributors  

Como incorporar o Padlet numa LMS, https://padlet.com/support/padlets_embed 

Quais os formatos de exportação do Padlet, https://padlet.com/support/padlet_export_samples 

Rubricas de Avaliação

Matriz com indicadores e respetivos critérios de qualidade de desempenho

Allen, D., & Tanner, K. (2006). Rubrics: tools for making learning goals and evaluation criteria explicit for both teachers and learners. CBE life sciences education, 5(3), 197–203. doi.org/10.1187/cbe.06-06-0168 

Brookhart, Susan M. (2013). How to create and use rubrics for formative assessment and grading. Alexandria, Virginia USA: ASCD.

Ferramentas digitais para a elaboração de rubricas de avaliação que oferecem modelos que podem ser adaptados, conforme as tarefas que são objeto de avaliação: