O mapa de conceitos ou mapa conceptual é uma representação gráfica de um conjunto de conceitos que evidencia as relações entre eles através de linhas e palavras ou expressões de ligação. Por exemplo:
A sua construção pode ocorrer de forma variada, em atividades presenciais com ou sem uso de softwares, ou em atividades on-line com uso de softwares on-line ou off-line (instalados) que possibilitam a criação individual ou colaborativa compartilhada na nuvem.
A construção de mapas conceptuais pode integrar metodologias de aprendizagem ativa, como a aula invertida (Flipped classroom), a aprendizagem baseada em equipas (Team Based learning - TBL) e a aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning - PBL), entre outras. Como estratégia de ensino e aprendizagem, o mapa conceptual traz uma nova perspetiva sobre o processo de construção do conhecimento, podendo auxiliar os estudantes na sistematização desse conhecimento, na organização de relações e interconexões, assim como na obtenção de um panorama do modo que está a compreender determinados conceitos, viabilizando a identificação de conceitos alternativos e dificuldades de aprendizagem.
O uso das tecnologias digitais pode potenciar o trabalho colaborativo on-line, principalmente em modelos de ensino a distância ou híbrido (blended learning). O aplicativo CMap Cloud é um bom exemplo de aplicação livre para browser, no qual os professores e os estudantes podem criar os seus usuários para criação e compartilhamento de mapas, assim como liberação para comentário e incorporações em plataformas de ensino a partir de código HTML.
A construção de mapas conceptuais poderá ser utilizada como estratégia de aprendizagem, de autoavaliação, ou mesmo em avaliações formativas e sumativas.
#1 Tarefas educativas que podem integrar o uso de mapas conceptuais (entre outras):
Apresentação de tópicos pelo docente: apresentação inicial ou final de um tópico pelo docente, o qual utilizará um mapa criado por si para refletir com os alunos sobre os conceitos;
Organização da escrita (individual ou colaborativa): apoio à planificação de textos académicos de natureza diversa, por exemplo na organização do seu conteúdo;
Sumários conceptuais: construção do sumário de textos académicos , complementar ao sumário tradicional, no qual se constrói um mapa com os principais conceitos e relações compreendidos no texto, inserindo junto aos conceitos as páginas em que aparecem no texto;
Síntese de leituras: apoio ao estudo através da construção de sínteses da leitura, explicitando as conceitos e as relações que se estabelecem entre eles ;
Comparação de leituras: criação de mapas sobre temáticas específicas antes e após uma leitura, aprimorando-se o mapa inicial;
Diagnóstico: diagnóstico da compreensão que os estudantes têm sobre determinado conteúdo;
Discussões: criação individual ou colaborativa de mapas temáticos que podem ser incorporados em fóruns on-line de discussão, podendo essa discussão contribuir para o aprimoramento dos mapas;
Resolução de problemas: construção de mapas como forma visual de organizar e relacionar os conceitos com foco na resolução deproblemas, sendo o produto final a resolução do mesmo (por exemplo, no âmbito do PBL ou TBL);
Avaliações por pares: avaliação de mapas conceptuais entre colegas, para um aperfeiçoamento colaborativo dos mesmos;
Avaliação das aprendizagens: Construção de mapas conceptuais como parte de atividades de avaliação formativa ou sumativa (presenciais ou on-line), desde que os estudantes estejam familiarizados com a metodologia de construção dos mapas.
#2 Proposta sobre como organizar a construção de um mapa conceptual on-line
Planeie o modo como a construção dos mapas integrará a sua proposta, incluindo o modelo de trabalho (presencial, on-line ou híbrido);
Crie uma proposta desafiadora que extrapole a simples conceptualização temática;
Organize a turma em grupos, explicando os mapas conceptuais e a sua criação (pode-se apresentar o uso do CMap);
Os grupos organizam-se para um primeiro brainstorming e construção da lista dos principais conceitos envolvidos (recomenda-se o uso de documentos on-line compartilhados, por exemplo no google drive);
Dependendo da proposta, pode-se dar algum tempo para que os estudantes realizem pesquisas orientadas;
A partir de discussões, cada grupo organiza os conceitos, identificando as principais conexões para iniciar a construção do mapa;
Por web conferência ou presencialmente, os grupos constroem a primeira versão do mapa, sendo recomendável que ocorra em sistema on-line com compartilhamento, como o CMap Cloud;
Os mapas podem ser entregues como atividade ou postados em fóruns de discussão no Moodle ou na Blackboard para discussão e posterior aprimoramento pelo grupo;
Pode-se também colocar a construção dos mapas em ferramentas de avaliação por pares no Moodle ou na Blackboard, configurando as datas de entrega, forma de distribuição das avaliações, parâmetros de avaliação e prazos.
#3 Sugestões para avaliação dos mapas conceptuais
A avaliação requer o estabelecimento de dimensões e critérios de qualidade dos mapas conceptuais, pelo professor ou com a participação dos estudantes. Seguem-se exemplos do que pode ser considerado:
Organização visual do mapa: o mapa precisa de estar claro para quem não participou na sua construção;
Aprofundamento: os conceitos incluídos no mapa devem refletir um nível de profundidade adequado aos objetivos educacionais da atividade;
Conceitos-chave: o mapa deve identificar os conceitos centrais da temática em causa;
Conexões: as conexões entre os conceitos devem ser lógicas e estar fundamentadas nos conceitos da área, com palavras ou expressões de conexão claras e com sentidos adequados (linhas de ligação com ou sem setas), que não gerem problemas conceptuais;
Complexidade das conexões: é importante que o mapa evidencie interconectividade, ou seja, que as relações entre conceitos não sejam simplistas ou lineares, criando uma rede de conexões entre conceitos distintos que demonstre capacidade de abstração e uma compreensão multidimensional e integrada da temática.
#4 Principais funcionalidades do CMap Cloud
Não é necessário plugin para executar o aplicativo no browser;
Criação de usuário obrigatória;
Barra de ferramentas rica para personalização das caixas dos conceitos (contorno, cor, fonte, etc.) e linhas de ligação (estilo, cor, setas, etc.);
Exportação do mapa em diferentes formatos: CXL, JPG ou SVG;
Geração de código HTML para incorporação do mapa em outras plataformas (como Moodle e Blackboard), incluindo liberação para comentário por usuários cadastrados;
Compartilhamento de mapas para trabalho colaborativo on-line;
Busca de usuários para convite de compartilhamento (nome ou email);
Acesso do mapa gerado no CMap Cloud a partir da versão para iPad ou Desktop.
Para utilização do aplicativo em grupos, deve solicitar-se a criação de pastas de grupo, que podem ser compartilhadas com a equipa (botão direito do rato sobre a pasta, opção Share). Ao compartilhar, os alunos podem dar a opção de comentário, tornando a interação com os pares mais dinâmica; o mapa gerado pelos grupos ou indivíduos podem ser incorporados em qualquer local do Moodle ou da Blackboard que permita a inserção de código HTML (fórum, tarefas, laboratório de avaliação etc).
Alguns recursos úteis:
1) Playlist no youtube para usar CMap cloud
2) A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los e usá-los
3) Using Cmap Cloud in the cooperative development of interactive concept maps to improve academic performance